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A adoção por casais homoafetivos representa um avanço significativo no reconhecimento dos direitos civis e na promoção da igualdade.

No Brasil, a legislação permite que casais do mesmo sexo adotem crianças, assegurando-lhes os mesmos direitos e deveres concedidos a casais heterossexuais. No entanto, a adoção por casais homoafetivos ainda enfrenta desafios culturais e sociais, refletindo preconceitos enraizados na sociedade.

O processo de adoção requer que o casal passe por uma avaliação criteriosa, onde se verifica a capacidade de proporcionar um ambiente saudável e amoroso para a criança.

Apesar das dificuldades, a adoção por casais homoafetivos é uma realidade crescente, contribuindo para a formação de novas famílias e para o bem-estar de muitas crianças que aguardam por um lar definitivo.

O que este artigo aborda:

O que diz a legislação sobre a adoção por casais homoafetivos?

A adoção por casais homoafetivos é um tema de grande relevância e, felizmente, tem recebido crescente aceitação e reconhecimento jurídico no Brasil.

A legislação brasileira, especialmente após decisões judiciais históricas e interpretações progressistas do Código Civil, permite que casais homoafetivos adotem crianças, garantindo assim igualdade de direitos para todas as famílias.

O ponto de partida para entender a adoção por casais homoafetivos é a Constituição Federal de 1988, que estabelece a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prioriza o interesse superior da criança, afirmando que toda criança e adolescente têm direito à convivência familiar e comunitária.

O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) desempenharam papéis cruciais na consolidação do direito à adoção por casais homoafetivos. Em 2011, o STF reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, equiparando-a à união estável heterossexual, e, consequentemente, abrindo caminho para a adoção conjunta.

Essa decisão foi um marco, pois assegurou que casais homoafetivos poderiam constituir uma família com os mesmos direitos e deveres de casais heterossexuais.

Em 2015, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu a Resolução n.º 175, que proibiu cartórios de se recusarem a registrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Essa resolução reforçou ainda mais a legitimidade das famílias homoafetivas, permitindo que casais do mesmo sexo tivessem acesso a todos os direitos e benefícios decorrentes do casamento civil, incluindo a adoção no Brasil.

A legislação brasileira não apenas permite, mas também protege o direito à adoção por casais homoafetivos. A interpretação dos tribunais superiores e as resoluções do CNJ consolidaram a igualdade de direitos, garantindo que as crianças adotadas por esses casais tenham todas as garantias de uma convivência familiar plena e saudável.

Como é o processo de adoção?

O processo de adoção é um procedimento rigoroso e detalhado, desenhado para assegurar o bem-estar das crianças e adolescentes e garantir que eles sejam colocados em lares amorosos e estáveis.

O processo é o mesmo para todos os casais, independentemente da orientação sexual, incluindo casais homoafetivos.

Habilitação para adoção

O primeiro passo no processo de adoção é a habilitação. Os interessados devem procurar a Vara da Infância e da Juventude de sua região para iniciar o processo.

Será necessário apresentar documentos como identidade, CPF, certidão de nascimento ou casamento, comprovante de residência e rendimentos, entre outros.

Além disso, os candidatos passam por avaliações psicológicas e sociais conduzidas por assistentes sociais e psicólogos para determinar sua capacidade de criar e educar uma criança.

Curso de preparação

Os candidatos devem participar de um curso preparatório para adoção. Esse curso é oferecido pela Vara da Infância e da Juventude e aborda temas como os desafios e responsabilidades da adoção, aspectos legais e psicológicos, e o desenvolvimento infantil.

O objetivo é preparar os futuros pais para as diversas situações que poderão enfrentar ao acolher uma criança adotiva.

Cadastro Nacional de Adoção

Após a habilitação e o curso, os candidatos aprovados são inscritos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Este cadastro é utilizado para conectar as crianças e adolescentes disponíveis para adoção com os candidatos habilitados.

O processo de adoção prioriza o melhor interesse da criança, considerando aspectos como idade, grupo de irmãos e características individuais.

Adoção propriamente dita

Quando há uma compatibilidade entre a criança disponível para adoção e os candidatos, inicia-se o período de convivência. Esse período permite que a criança e os futuros pais se conheçam e estabeleçam um vínculo afetivo.

Durante essa fase, a equipe técnica da Vara da Infância acompanha o desenvolvimento da relação, oferecendo suporte e realizando avaliações periódicas.

Sentença de adoção

Se o período de convivência for bem-sucedido, o juiz emitirá a sentença de adoção. Essa sentença oficializa a adoção e garante todos os direitos e deveres entre a criança e os pais adotivos.

A partir desse momento, a criança passa a ser legalmente filha dos adotantes, com direito a novo registro de nascimento, onde constarão os nomes dos pais adotivos.

Quais são os desafios sobre a adoção por casais homoafetivos?

Apesar dos avanços legislativos e jurisprudenciais que asseguram o direito à adoção por casais homoafetivos, ainda existem desafios significativos que esses casais enfrentam.

Tais desafios podem se manifestar em diversas esferas, desde preconceitos sociais até dificuldades institucionais e legais.

Um dos maiores desafios enfrentados por casais homoafetivos que desejam adotar é o preconceito social.

Apesar de a legislação garantir o direito à adoção, muitos casais ainda enfrentam olhares e comentários preconceituosos, tanto na sociedade em geral quanto em alguns ambientes específicos, como escolas e comunidades.

Esse preconceito pode afetar não só os pais adotivos, mas também as crianças, que podem ser alvo de bullying e discriminação.

Embora a lei não faça distinção entre casais heterossexuais e homoafetivos no processo de adoção, na prática, alguns casais homoafetivos relatam tratamento desigual por parte de certas instituições e profissionais envolvidos no processo.

Em algumas regiões, a resistência de certos servidores públicos ou profissionais da área de infância e juventude pode atrasar ou dificultar o andamento dos processos de adoção por casais homoafetivos.

A adoção, por si só, é um processo que pode trazer desafios emocionais e psicológicos tanto para a criança quanto para os pais adotivos.

No caso de casais homoafetivos, esses desafios podem ser exacerbados pela necessidade de lidar com questões relacionadas à orientação sexual e à formação de uma família diferente do modelo tradicional.

É essencial que esses casais tenham acesso a suporte psicológico adequado, tanto durante o processo de adoção quanto após a formação da nova família.

Vale lembrar que desde 2019, a homofobia é criminalizada no Brasil. Se você e/ou seu parceiro(a) sofreu ou sofreram algum tipo de discriminação durante o processo de adoção, você e seu/sua parceiro(a) pode(m) entrar em contato com um advogado criminal para verificar o caso e adotar medidas cabíveis.

Outro desafio significativo é a aceitação por parte das famílias de origem dos casais homoafetivos. Em algumas situações, familiares podem não aceitar a orientação sexual dos adotantes ou a própria ideia da adoção.

Esse tipo de rejeição pode gerar tensões e dificuldades adicionais, afetando o bem-estar emocional dos novos pais e da criança adotada.

Integrar uma criança adotada por um casal homoafetivo em ambientes educacionais pode ser desafiador, especialmente se a escola ou a comunidade não estiverem preparadas para lidar com a diversidade familiar.

É importante que as escolas ofereçam ambientes inclusivos e que os educadores estejam capacitados para apoiar todas as formas de família, promovendo o respeito e a aceitação entre os alunos.

Advocacia e conscientização

Para superar esses desafios, é crucial que sejam realizados esforços contínuos a favor da conscientização. Organizações de defesa dos direitos LGBT e outras entidades de apoio à adoção podem desempenhar um papel vital, promovendo campanhas educativas e pressionando por políticas públicas que favoreçam a igualdade e a inclusão.

Essas ações ajudam a reduzir o preconceito, a melhorar o tratamento institucional e a assegurar que todos os casais tenham as mesmas oportunidades de formar uma família amorosa e segura.

Apesar das garantias legais, os casais homoafetivos que desejam adotar ainda enfrentam desafios significativos.

Superar esses obstáculos requer esforços conjuntos de legisladores, profissionais do sistema de justiça, educadores e a sociedade em geral, para criar um ambiente verdadeiramente inclusivo e equitativo para todas as famílias.

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